Pensamento do dia

“Seja qual for a experiência que venha a você, deixe-a acontecer e depois siga em frente, descartando-a. Vá limpando sua mente o tempo todo. Vá morrendo para o passado, de forma a permanecer no presente, no aqui e no agora, como se tivesse acabado de nascer, como se fosse um bebê"

(OSHO)

Por que só me relaciono com homens que não me dão valor?

Hum... Coloquei um título para refletirmos. Por que só me relaciono com homens errados?
Acredito que devemos fazer essa pergunta de modo um pouco diferente:
Por que eu SÓ DOU ABERTURA aos homens errados?
Por que não me valorizo a ponto de entrar em relacionamentos destrutivos?
Por que eu não consigo sair desse padrão?

Notaram a diferença? Na primeira pergunta (a do título) a pessoa se coloca como vítima, como se fosse um azar acabar nas mãos de homens errados. Mas o que ela fez (faz) para permitir que esse tipo de homem (que não a valoriza) entre em sua vida? Carência? Baixa autoestima?

Recebi ontem um email de uma leitora do Diário da Autoestima. Colocarei um trecho abaixo:


Bom eu tenho mais de 35 anos! Até pouco tempo atrás era extremamente submissa ao controle materno(vivia com medo de desagradar minha mãe) e com isso fiz tudo o q vc possa imaginar sob a aprovação dela e minha frustração né! isso até os 35 anos...desde o casamento até regras básicas de como ser mãe do meu própria filha. Então, sofri todo tipo de humilhação q vc possa imaginar qdo casada mas o mantinha por "ordem" materna, até q chutei tudo e separei mas já qdo a situação foi insuportável e até mesmo minha mãe concordava c isso e meio q exigia uma atitude dessas!...sempre submissa!! mudei de estado, cidade e vim fazer o q sempre quis e por obra do rumo q tomei não fiz (faculdade)...agora depois de  alguns anos divorciada não consegui engatar nenhum relacionamento sério e de verdade, nenhum em qual eu possa me sentir confortável e feliz...não sei se por carência ou "burrice" na escolha, sempre opto por pessoas sem muitas afinidades(não extremas, mas se somasse não chegaria a 65% de compatibilidade)...minha angústia é pq nunca consigo me dar bem nesse contexto? pq sempre levo a pior? ou eles somem ou me enganam perfeitamente(como aconteceu c o último)...estou muito cansada e desestimulada a tentar ser feliz com alguém...não sou neurótica quanto a ser solteira, pq nunca fui namoradeira e agora nem pessoas em vista eu tenho...acontece muito de me interessar pela pessoa e termino q fico amiga e confidente do cara...aí já era!

Cara leitora,

Percebo, em seu texto, que há muitas falsas crenças enraizadas em sua mente:

1. Idade - Crença de que com a idade a mulher vai perdendo as chances de encontrar alguém. Nossa cultura realmente valoriza mais as jovens do que as "semijovens" (vamos usar esse termo, que nem carro "seminovo"). Em sua mente você acredita que não terá mais chances e, portanto, está correndo contra o relógio. Ter essa crença em mente só lhe deixará mais ansiosa e, provavelmente, continuará fazendo escolhas erradas. Não vou ser hipócrita em dizer que é a mesma coisa em conhecer um companheiro aos vinte anos ou aos cinqüenta. A expectativa de vida aumentou muito, mas nossa cultura (machista) ainda prevalece há muitas gerações. Agora eu lhe pergunto: vale mais casar aos 20 e poucos com o homem errado ou encontrar o homem certo aos 35 anos? Se eu tivesse uma bola de cristal e te dissesse que aos 41 anos você encontrará um companheiro fabuloso e que lhe fará muito feliz. Que você terá uma vida plena e viverá ao lado dele por 43 anos (veja, calculei sua idade até 84 anos... pode ser mais!). Por urro lado essa mesma bola de cristal me mostra que você pode conhecer alguém agora, no próximo mês, mas que será um homem possessivo e extremamente ciumento. Que a união de vocês seria turbulenta e duraria apenas 5 anos. Doloridos cinco anos. Qual dessas situações você preferiria? Uma delas (a primeira) demoraria mais para encontrar tal companheiro, mas seria acertiva. Enquanto o homem certo não chega provavelmente você iria viajar, fazer cursos ou ficar mais com amigos e familiares. Se você tivesse a certeza que esse homem certo iria chegar, você iria agir com essa crença e ficaria mais tranqüila, não? Mas, pelo visto, sua crença é o oposto, de que não encontrará o homem certo e de que está envelhecendo, portanto, ficando cada vez mais distante de uma mera possibilidade de conhecer alguém... e alguém errado. Percebeu onde quis chegar? Pense nisso. Suas crenças (falsas) só te deixam mais insegura e ansiosa.

2. Controle X Submissão - Pelo seu relato, a sua mãe tem um impacto importante em suas atitudes. Não deixe que o passado marcado de controle faça parte de seu futuro. Tente quebrar essa relação controlexsubmissão. Na terapia você pode se desfazer deste cordão umbilical que ainda permanece em você (mesmo que inconscientemente). Você acabou caindo na mesma armadilha nas suas relações afetivas, mas, apesar do extremo desgaste, acabou chutando o balde e pode perceber que sua passividade só fomentou seu sofrimento. Acredito ser um processo de amadurecimento.

3. Relações destrutivas - Talvez você esteja acostumada com um padrão destrutivo de relacionamento e acaba se abrindo para relacionamentos destrutivos. Há várias hipóteses para tal atitude, como baixa autoestima, pode exemplo. Cuide-se primeiro para depois estar pronta para um relacionamento saudável e satisfatório. Acredito que você já pode começar eliminando esse tipo de crença que insiste fixar em seus pensamentos: de que os homem vão sumir, mentir ou te tratar como irmã.

Não acredito que sua angústia seja apenas devido às frustrações no campo afetivo. Como você mesma citou no início do email, há questões de controle X submissão com a figura materna. Uma avaliação presencial com um profissional faz-se necessário para descartar algum quadro concomitante, como depressão, por exemplo, que justificaria também sua angústia.

Espero que essa postagem te ajude a enxergar sua situação de outro ângulo. Reflita e faça uma auto-análise. Busque ajuda através de terapia e, caso seja necessário, um acompanhamento médico.

Forte abraço,

Mariza Matheus






2 comentários:

  1. Me identifiquei com essa leitora. Tb me sinto assim, que vou ficar sozinha caso o tempo passe e eu fique mais velha. Fico desesperada com a idéia e acabo aceitando pouco nos relacionamentos.Em vez de eu ficar com alguém legal eu aceito um relacionamento ruim ou mais ou menos só para não me sentir sozinha. Concordo quando a doutora diz que é preciso fazer terapia. Eu faço e já percebi muitas coisas que fazia de errado. Me ajuda muito e espero que ajude a leitora tb.
    Adorei o texto. Parabéns!

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  2. A única coisa que eu não concordei foi com o uso do termo "machismo", pois isso dá a entender que só os homens fazem determinadas coisas, quando na verdade é tudo igual... Bem, de certa forma, o que eu acredito é que nós precisamos mesmo é olhar dentro de si próprios e ver o que nos agrada. No caso, a moça fez boa escolha em deixar de seguir a opinião da mãe, mas a vida não aceita meias mudanças, elas têm que vir por inteiro. Reconheço que já fui como você, e para os homens isso chega a ser até pior, pois mulheres que não valorizam a si mesmas não tem relacionamentos satisfatórios, já os homens que não valorizam a si mesmos não tem relacionamento nenhum. Acho que você (como eu, em determinado momento da vida) ainda está presa a crenças com as quais todos crescemos, tipo "mulher gosta é de dinheiro", "nenhum homem presta" ou "Homem só gosta de menininhas". O que fiz, e no meu caso funcionou, foi simplesmente deixar-me levar com otimismo e deixar de querer me adequar para ser igual aos outros. É um processo duro, pois mexe com tudo o que é embutido em nossas cabeças desde que nascemos, mas creio que você só terá a ganhar com isso. Tirar o foco do coitadismo e procurar reconhecer o que está errado em si, como a autora citou já é um grande começo! Boa sorte a você!

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Abraços

Mariza