Crenças limitadoras

Você já deve ter percebido que seus pensamentos influenciam nas suas atitudes. Uma postura mais positiva diante dos obstáculos da vida facilita (muito!) na busca de soluções e enfrentamento de problemas. Mas, por outro lado, sei que não é fácil vigiarmos constantemente nossa mente. Porém, podemos destruir algumas crenças limitantes, ou seja, aquelas que atrapalham e/ou influenciam nossas escolhas.

Crença é algo que acreditamos existir. Pode ser colocada em nossa mente por terceiros, mas também pode ser alimentada por nossos medos e inseguranças. Abaixo citarei uma lista com crenças negativas que escuto por parte de diversos pacientes:

A mente e o templo

Criamos constantemente diálogos internos em nossa mente. Podemos viver no "Paraíso" ou no "Inferno" dependendo do que alimentamos em nossos pensamentos. Sei que não é fácil pedir para você simplesmente pensar positivo. Recebo diariamente pacientes que chegam ao meu consultório com uma descrença total em sua capacidade de manter uma mente positiva. Reconheço que não é um processo fácil e nem sempre depende da "vontade" do paciente. Alguns casos é preciso fazer uma investigação mais detalhada para entender o processo que levou o paciente e ficar pessimista e/ou melancólico. Algumas patologias podem levar o indivíduo a ser mais "negativo", como a depressão, por exemplo. Mas por outro lado, há uma cultura exacerbada do pessimismo como forma de enfrentar os obstáculos da vida. Entenda que ser pessimista não te ajudará a buscar soluções e pode até trazer um sentimento de impotência diante das dificuldades.

Malala Yousajzal, uma jovem admirável!

Há dois dias comecei a ler um livro sobre a história de vida da jovem estudante e ativista paquistanesa Malala Yousajzal. Essa moça briga pelos direitos das mulheres e da educação. Em 2012 ela foi baleada na cabeça por talibãs quando voltava para casa após a escola.  O regime talibã é extremamente rígido, principalmente quando se refere aos direitos das mulheres. Para elas, paquistanesas, estudar é uma oportunidade rara. Mas o que me fez escrever aqui hoje foi pensar que muitas de nós, mulheres ocidentais, preocupamos mais com o "micro" do que com o "macro". Buscamos nossos interesses individuais e sofremos (muitas vezes desnecessariamente) com questões pequenas e egocêntricas. Não estou generalizando, mas acredito que precisamos focar mais nos outros também. Não podemos ruminar lamentações e decepções afetivas como se estas fossem as únicas questões importantes de nossas vidas. Vamos dar valor às outras questões também importantes. Estudem! Valorizem-se! Corram atrás de seus sonhos!!! Vivemos em uma sociedade onde sonhar e buscar oportunidades não é proibido! Não fiquem estagnadas naquilo de não aconteceu, mas busquem novos caminhos! Não deixem "uma pedra no caminho" interromper a viagem. Façam a diferença!

Ainda não terminei o livro, mas com certeza já me fez refletir bastante sobre minhas prioridades. 

Uma excelente manhã a todos (com novas e boas descobertas)...

Diário da Autoestima

Filhos para o mundo

Foto: Anna Langova

Acredito que as mães amam intensamente (os pais também!) seus filhos. Bom, a maioria delas. Nenhuma mãe é perfeita, apesar de muitas tentarem seu máximo! Mas muitas têm dificuldade em entender quando seus filhos precisam (necessitam) bater as asinhas e colocar o pé na estrada (com essa contradição no texto mesmo rsrsrs).

"A vida é muito difícil, doutora."

Hummm...

Não posso discordar dessa frase que já escutei de alguns pacientes. Sim, a vida é muito difícil. Mas, por outro lado, ao compararmos nossas dificuldades com as de muitas outras pessoas, tem gente que passa por mais obstáculos do que nós, certo? Ok, não posso ficar me comparando o tempo todo com os outros, mas refiro-me a entendermos que todos nós temos dificuldades e TODOS NÓS, cedo ou tarde, temos que enfrentá-las.

Foto: Yana Ray

Se focarmos nossa vida apenas naquilo que nos angustia, aí realmente criaremos a crença de que não vale a pena viver ou que a nossa vida é muito sacrificante. Lembrei-me agora de uma senhorinha que conheci há 14 anos, quando eu trabalhava no hospital escola. Essa senhora era diabética, cardiopata, obesa, viúva, vivia com uma pensão mínima e tinha dois filhos esquizofrênicos (meus pacientes). Eu NUNCA a vi reclamar da vida ou deixar de estampar em seu rosto um sorriso largo. Depois de três anos eu (que já estava bem intrigada com ela) a chamei e perguntei como ela conseguia ter tanto otimismo com uma vida tão cheia de dificuldades. Ela me olhou, estendeu mais ainda seu sorriso e disse:"Doutora, eu consigo ver felicidade nas pequenas coisas. Se eu for prestar atenção nos problemas, eu tenho tudo para ser infeliz, mas se eu focar que tenho comida para alimentar meus filhos, remédio para tratar das minhas doenças, tenho pernas para andar sozinha e amigos... Ah.... a vida é muito boa pra mim!" Saí do hospital naquele dia pensando como EU encarava minhas dificuldades e no porquê que eu dava tanto enfoque em meus "problemas". Decidi então seguir o conselho dessa senhora, enxergar felicidade nas pequenas coisas, nos pequenos detalhes, como tirar um sapato apertado no final do dia e agradecer por ter chegado bem em casa, etc. 

Sim, a vida é muito difícil, mas cabe a nós colocarmos um colorido nela. Busque focar sua atenção nos bons acontecimentos e não deixe os problemas ficarem maiores que você.

Um excelente dia a todos...

Diário da Autoestima

Um vazio enorme...

Quem nunca sentiu um vazio enorme dentro o peito. Uma solidão que machuca a alma. Se você respondeu que nem sabe do que estou falando então fico feliz por você. Mas, infelizmente, escuto diariamente pessoas reclamando do ser humano, da falta de confiança no outro. Tem vezes que eu me frustro em saber que a medicação não preenche totalmente esse vazio. Mesmo que o paciente apresente um quadro depressivo e esteja tomando corretamente a medicação, o vazio ainda pode bater no peito. A sociedade que está vazia, doente... carente. As pessoas estão individualistas, mais superficiais e imediatistas.