Infelizmente (ou felizmente) devemos usar máscaras para nos relacionar com muitas pessoas. Precisamos ser simpáticos, bonzinhos ou solícitos como um enfeite. Um bonequinho de porcelana. Vivemos num mundo de aparências. Vivemos influenciados pelas críticas alheias. Somos seres carentes de aprovação do outro. Seguimos regras pré-estabelecidas. Agimos conforme o esperado. Poucos são autênticos num mundo recheado pelas ilusões. Credo! Falando assim parece que o ser humano não tem mais esperança. Calma, estou ressaltando apenas o que muitos criticam, o viver de aparências.
Nem sempre podemos deixar nosso humor ditar as regras. Imagine se eu "soltar os cachorros" nas pessoas por causa da minha TPM? Vou acabar sem amigos! Ou quando aquela pessoa do trabalho está nos atormentando há meses? Dá vontade de gritar e mandá-la para... (outro lugar bem longe!). E no trânsito? Se bem que no trânsito muitos deixam suas máscaras de lado e "soltam o verbo", como se aquela fosse a única oportunidade de colocar pra fora todos os "sapos" engolidos.
As relações humanas são muito complexas e frágeis ao mesmo tempo. Precisamos de cautela para dizer ao amigo que ele está exagerando, sem que pra isso ele se sinta ofendido. Ou quando aquela amiga está agindo com vulgaridade e queremos impedí-la de algum constrangimento. Lembro-me de uma amiga, de faculdade, que me perguntou se ela estava bem vestida. Ao olhar pra ela eu fiquei horrorizada, pois a achei muito vulgar (um micro vestido de lycra estampado). Como eu poderia falar que ela não estava bem sem ofendê-la? Perguntei de volta qual seria o objetivo dela nessa festa. Ela respondeu que queria encontrar um "ficante" naquela noite. Bom, nesse caso ela estava perfeita, ou seja, estava bem. Facilitou muito minha resposta. Se ela tivesse respondido que o objetivo seria ser notada e admirada por todos, eu não saberia como responder hehehe. Esse é apenas um exemplo simples dentre tantas situações que temos que enfrentar. Eu não precisava mentir e dizer que ela estava linda, mas dizer que achei a roupa dela vulgar seria desnecessário também. Mas quando sabemos o limite do que falamos ao outro?
Cada mente é um universo e, por mais claros que tentamos ser com a outra pessoa, nem sempre conseguimos atingir nosso alvo. Muitas vezes somos mal interpretados ou julgados. Por que as pessoas se ofendem tão rápido ou por tão pouco? Será que estamos no nosso limite de frustrações e não queremos nem escutar quem nos quer bem? Ok, ok... realmente o mundo está cheio de pessoas mal intencionadas, mas e os verdadeiros amigos? Já parou para pensar quantas vezes você se ofendeu por bobagem? Às vezes aquele amigo é do tipo direto, sem meias palavras, mas que você pode confiar até de baixo d'água. O que adianta estar rodeado de pessoas "boazinhas" que vão sempre te elogiar se, no primeiro instante de necessidade, elas desaparecem? Talvez seja isso que as pessoas procuram, uma relação mais superficial, onde todos vão apenas te dizer o que você espera ouvir. Nunca vão te acrescentar e muito menos te fazer refletir.
Tem momentos que, sem perceber, sugamos o outro. Estamos tão envolvidos em nossos problemas que esquecemos que o outro também tem os dele. Estamos tão mergulhados em nossas lamentações que quando o outro nos coloca um limite, ficamos ofendidos e não percebemos que o limite é, na verdade, uma maneira de nos ajudar. Muitas vezes levar um puxão de orelha faz bem pra saúde, viu? Então, que tal relaxar e aproveitar as nuanças de uma amizade, sem esperar demais dos outros? Apenas entenda que verdadeiros amigos nos querem bem, apenas o bem.
Um dia repleto de relações construtivas.
Mariza Matheus
Imagem retirada do site http://polorio.org.br/blog/curiosidades/disturbios-mentais-x-cinema/attachment/comedy-tragedy/
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