Pensamento do dia

“Seja qual for a experiência que venha a você, deixe-a acontecer e depois siga em frente, descartando-a. Vá limpando sua mente o tempo todo. Vá morrendo para o passado, de forma a permanecer no presente, no aqui e no agora, como se tivesse acabado de nascer, como se fosse um bebê"

(OSHO)

Meus defeitos no espelho

Imagem: Obra de Pablo Picasso
Acho muito interessante esse tema, pois demorei a perceber isso em mim. Já se perguntou por que uma característica de determinada pessoa te incomoda tanto? Às vezes você tem uma amiga tagarela e que todos falam bem dela, mas você não a suporta. Talvez pessoas tagarelas possam te incomodar mais do que aquelas "metidas engraçadas". Mas é difícil lidar com tagarelas? Sim. Mas a ponto de estragar seu dia? Não. Você pode simplesmente se afastar e ficar "na sua". Mas por que te incomoda tanto o fato dessa amiga ser tagarela? Será que você se identifica com ela? 

Não é raro encontrarmos NOSSAS características no outros, tanto positivas mas como negativas também. Tem momentos da vida que ficamos extremamente carentes e, sem perceber, alugamos todos os amigos e depois não entendemos o por que deles se afastarem. E depois de um tempo, topamos com uma outra pessoa carente, mas sem explicação, nos sentimos mal perto dela. Será que nos identificamos nela? Ou o jeito carente dessa pessoa nos trouxe lembranças de um passado angustiante e não queremos reviver tal situação?

Antes de criticarmos alguém devemos refletir o por que aquela pessoa nos incomoda tanto. Por vezes, pode ser por que ela é inconveniente mesmo, mas, por outro lado,  pode ser por que ela nos traz lembranças e identificações com um "eu interior atormentado". Já ou viu falar na célebre frase "quem desdenha é por que quer comprar"? 

Por que será que não conseguimos ser claros nem com nosso "eu" interior?

É muito difícil entender nossos sentimentos e sensações. Tive uma colega de faculdade que nunca me fez nada. Aliás, sempre foi simpática comigo. Mas ela me incomodava. Eu achava aquele jeitinho "bonzinho" dela irritante. Depois de alguns anos, vi que na verdade EU era assim, sempre "boazinha" a "lá perfeitinha". Ou seja, eu me identifiquei com aquela colega, mas infelizmente uma identificação por um laço negativo, por algo que eu não gostava em mim. Foi mais fácil, na época, colocar a "culpa" nela (dizendo que ela era carente demais) do que enxergar que eu poderia causar a mesma sensação nas outras pessoas. Ou seja, que EU poderia causar um mal estar nas pessoas. Como assim? Eu, tão perfeita e simpática? Sim, eu mesma. Ninguém quer causar mal estar nos outros, não é mesmo? Justamente quem sempre tentou agradar. 

Quando nos auto-analisamos em relação ao que sentimos quando interagimos com o outro, temos uma percepção melhor do que é nosso e do que não é. Eu não tinha motivos para me incomodar com a colega de faculdade, mas ao perceber que eu agia assim, pude reavaliar minha conduta e hoje não me incomodo mais com aquele jeitinho "bonzinho" dela. Trabalhei em mim algo que era meu! Não me refiro aqui casos de dificuldades nas relações por problemas externos ou reativos. apenas gostaria de ressaltar a importância de olharmos internamente antes de se fazer um julgamento.

O espelho fica a nossa frente, ou seja, para olharmos  precisamos voltar nossos olhos para um "ser" a frente (nós mesmos). Será que as pessoas não agem como espelhos para aprendermos a lidar com NÓS mesmos? Pense nisso e veja que o que te incomoda no outro pode ser algo EM VOCÊ que precisa ser trabalhado.

Que você tenha boas imagens refletidas por aí.

Mariza Matheus

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Abraços

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