Eu me rejeito...

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Olá Mariza, sou uma paciente que vem tentando superar dificuldades emocionais há muitos anos. Embora esse espaço não seja para tratamento e sim para trocas e comentários, gostaria muito de ouvir algo que pudesse me ajudar nessa fase de baixa. Luto há muitos anos contra um sentimento de rejeição, há momentos de melhora e avanços e outros piores, como o atual. Percebi que aquilo que eu acho que os outros fazem comigo (e as vezes acontece mesmo), que é o desafeto e a não valorização, sou eu quem mais faço comigo mesma: estou sempre me achando errada, culpada, desinteressante, complicada e com mil dificuldades...Mas quero romper com esse ciclo, estou cansada, quero me dar o direito de ser feliz, mais leve, mas é difícil mudar crenças e sentimentos!! Obrigada 

Cara leitora,

Realmente aqui não é um tratamento, e sim mais uma ferramenta para as pessoas que precisam de mais um apoio. A psicoterapia vai ser muito importante para você e, dependendo do caso, o uso de medicamentos será necessário também. 

Mas nosso papel aqui é ajudar também. Quem sabe uma palavra amiga pode te deixar mais animada?

Antes de mais nada eu gostaria de fazer uma conjugação verbal (adaptada à temática do blog). O quê? Você está louca Mariza? Não. Leia atentamente a conjugação abaixo que você entenderá onde quero chegar:

Eu me rejeito,

Tu me rejeitas,

Ele me rejeita,

Nós nos rejeitamos,

Vós me rejeitas,

Eles me rejeitam.

Enfim, TODOS ME REJEITAM!

Alguma semelhança com seus pensamentos? Em seu email parece-me que você tem a percepção de que seus boicotes estão claros e, mesmo assim, você não consegue sair de sua própria armadilha. 

Antes de prosseguir, gostaria de ressaltar a necessidade de um acompanhamento com um profissional, pois apenas textos de autoajuda não são suficientes. 

A vida é feita de fases mesmo. Se você está numa fase baixa lembre-se que a tendência é ir para a alta. E assim vai. A vida é cheia de ciclos. Não há felicidade eterna e sim momentos felizes. Corra atrás deles e não ressalte os desagradáveis. Como? Não fique remoendo o passado e lembrando do que não deu certo. Essa atitude é uma forma de não supervalorizar o que te fez/faz mal. Não será fácil, eu sei, mas é preciso mudar seu padrão de atitude. Já será um bom começo.

Adorei o que você escreveu: "percebi que o EU ACHO que os outros fazem comigo..." Muitas vezes estamos com tanta baixa autoestima que tendemos a cultivar sentimentos de menos valia. Ficamos mais "paranóicos" e acreditamos (erradamente) que ninguém nos valoriza. Na verdade somos nós que mais nos desvalorizamos.

PARE de se criticar, ok? Caso contrário você cria falsas crenças mentais e passa a agir como você mesma se enxerga. Se você se sente sempre errada, inconveniente, desajeitada, etc, como acha que suas escolhas serão feitas?

Sim, será um processo difícil de mudança, mas não impossível. SEMPRE HÁ TEMPO PARA MUDAR!

Continue firme e busque ajuda profissional. Essa é sua jornada, e poderá sim ter MUITAS fases altas. Acredite em você! Perdoe-se pelos erros e escolhas feitos no passado. Passou! Não deixe seu pessimismo fazer você andar pra trás. Caso você tenha um transtorno depressivo, busque ajuda. Há muitos tratamentos que podem fazer diferença no seu estado. E se for apenas uma fase (sem relação com depressão ou outro transtorno) lembre-se que passa. 

TUDO PASSA...

O que fica é o agora. 

E como você pode fazer seu AGORA ficar melhor?

Só voce pode responder essa pergunta. Faça diferente!

Forte abraço,

Mariza Matheus


Colocarei um vídeo de um colega psiquiatra, Augusto Cury, sobre felicidade: