Dismorfia Corporal

Já ouviu falar em dismorfia corporal? Não? E em anorexia? Bulimia? Na Wikipédia achei um texto bem interessante que resume a dismorfia, leiam no final desta postagem.

Os transtornos alimentares estão cada vez mais frequentes nos consultórios médicos. E nossa sociedade cobra (valoriza) muito a aparência, fazendo com que o valor pessoal fique diretamente vinculado à imagem, ou seja, se você for magra será bem aceita. 

Ontém escutei de um colega que uma mulher "gordinha" não tem quase nenhuma chance de arranjar um companheiro. Como assim? Quantas "gordinhas e gordonas" temos por aí casadas e com filhos? É claro que é um conceito arcaico dele, mas achei interessante no sentido do que ele "aprendeu"como conceito de um padrão estético. Ele não é culpado por pensar assim, por que deve ter "aprendido" isso desde que era pequeno, portanto, na cabeça dele, realmente uma mulher gorda não é atraente. A cultura latina valoriza muito mais o externo do que o interno numa mulher (ok, temos excessões). E será que isso não é culpa nossa? Como que educamos nossos filhos a respeito das diferenças? E nossa mídia, como  expõe a mulher? Lembram dos comerciais de cerveja? (mulheres lindas com corpo perfeito e tomando cerveja!).  Acredito que nossos valores estão "doentes" e esquecemos do principal, nós mesmos. 

Antes de mais nada é preciso se gostar. Não tem problema ter algo que não goste em você mesma, mas ficar infeliz por que está acima do peso pode ser um transtorno e precisa ser verificado. Fixar pensamentos obsessivos de que precisa emagrecer o tempo todo não é normal. Colocar como prioridade de vida a aparência é um problema. Procure ajuda e metas para sua vida. Se está acima do peso (veja bem, acima do peso) você pode fazer exercícios e controlar sua alimentação. Mas fixe em outras coisas também. A vida não é feita apenas da aparência e o valor que damos a nós mesmos é o valor que os outros nos darão. Pense nisso. Se você se considera importante apenas quando perder peso que imagem você acha que passa para as pessoas? Se você não se gosta, como que os outros vão gostar de você? Se você só fala em perder peso (tocando na mesma tecla sempre) vai afastar os outros, pois acaba ficando repetitiva e, consequentemente, cansativa. Trate-se. Cuide-se!

Não vou fixar aqui nas definições dos transtornos alimentares para não entrar nas terminologias da minha área. Mas deixe sua dúvida ou comentário.

Ontém recebi um email de uma leitora que fala um pouco sobre isso:

Bem...

Fazem dias que eu estou tentando desvendar o que está acontecendo comigo. Mas sempre estou com a cabeça erguida tentando focar na solução.
Não entendi se foi problemas de energia vital, ou espiritual, ou seja lá o que chamem isso... Ou se foi recaída mesmo.
Ressaltando que não aconteceu nada demais para eu estar assim.
Um belo dia eu cheguei de um treinamento Diamond (já a um bom tempo) eu naquela Dieta Atkins não podia carboidrato. E comi feijoada, acabei me sentindo inchada como se fosse uma reação alérgica, minha garganta inchou, meu rosto ficou queimando e bla bla bla e eu não conseguia respirar....
Bem a partir daí, eu fui criando um relacionamento com a comida, pensando q a comida é um veneno... Mas ao mesmo tempo eu como.
A partir desse dia (Agosto) Eu comecei a vomitar, muitas vezes era natural, outras vezes por medo daquilo me dar reação alérgica, depois por nojo. E agora está ficando difícil a situação pq já tem mais de 1 ou 2 meses que eu forço vomito direto... E a minha garganta não esta aguentando mais.

O que eu sinto depois que eu como? Eu me seguro para NÃO ir vomitar, estou com um refluxo terrível. Mas o sentimento é forte como se fosse crise de abstinência, eu fico ansiosa, nervosa, inquieta, me da falta de ar, crise de choro, insegurança, raiva, Sintomas... Tremor, dores de cabeça, dores no peito...
Eu não estou de brincadeira, a pneumologista me perguntou se eu vomitava muito, daí que caiu a ficha, não sei o que ela viu na minha garganta, se foi alguma marca, fiquei curiosa de saber como ela descobriu. Ela disse q minha falta de ar só vai CURAR  no dia q eu parar com isso.
 

Não provoque nada que prejudique seu corpo. Privar-se de comer, provocar vômitos, tomar laxantes em excesso, diuréticos sem recomendação médica, etc, são métodos purgativos e relacionados com transtornos alimentares. Procure ajuda de um profissional e entenda que nada em excesso ou escassez  é saudável.

Abraço

Mariza Matheus


Transtorno dismórfico corporal ou síndrome da distorção da imagem, é um transtorno psicológico caracterizado pela preocupação obsessiva com algum defeito inexistente ou mínimo na aparência física.^[1] Esta fobia de ter um aspecto anormal é observada com mais frequência nos adolescentes, de ambos os sexos, estando relacionada com as transformações ocorridas na puberdade. Pode ocorrer também em adultos ( neste caso com mais frequência em mulheres, embora homens também sejam acometidos)^[1] Sua causa é bastante discutível. Pode ser gerada por uma baixa auto-estima, pode ser decorrente de uma infância deficiente de carinho e de aprovação levando a uma autocrítica destrutiva ( reflexo de crítica excessiva dos pais), de sentimentos de abandono, ou mesmo por causas orgânicas, agravados pela grande exibição de figuras humanas padronizadas pelos meios de comunicação. Na sociedade atual, a forma mais frequente de dismorfofobia é em relação ao peso corporal. Pessoas com peso adequado para sua altura e faixa etária consideram-se acima do peso, submetendo-se a regimes de fome, uso de medicamentos, vômitos forçados e exercícios físicos em excesso. Outras formas de dismorfofobia consistem em : valorização excessiva de cicatrizes e marcas mínimas e praticamente imperceptíveis ( a pessoa se sente deformada, sente que a lesão é vista por todos e que ela atrapalha sua vida, como consequencia evitando sair de casa, ou abusando de maquiagens corretivas) , procura doentia por tratamentos estéticos ( cirurgias plásticas, tratamentos de rejuvenescimento), ideação irreal de envelhecimento(uma mulher de 40 anos, por exemplo, que se considera tão enrugada e envelhecida como uma de 90).O diagnóstico pode ser um desafio, pois na sociedade atual os sintomas são semelhantes a uma vaidade excessiva. Uso exagerado de cosméticos para disfarçar imperfeições, cuidados exagerados com os cabelos, dietas inconsequentes, bulimia, anorexia, exercícios exagerados, uso de roupas que escondem o corpo são algumas das características destes pacientes.