Treze de Maio de 2007, tal data se deu em um domingo e celebrávamos o dia das mães. Toca o meu telefone e ouço do outro lado minha secretária dizendo algo terrível, minha colega de trabalho havia morrido subitamente, custo a entender aquela notícia, pergunto se havia algum engano, pois a Dr.ª Flávia não estava doente, era jovem, casada há poucos quatro anos, estava feliz, planejando uma gravidez... Não podia ser verdade. Mas, infelizmente a morte não tem nenhuma lógica plausível, e a jovem dentista, uma mulher trabalhadora, cristã, com um coração enorme, e justamente foi traída por algum mal congênito, neste mesmo órgão, no qual simbolizamos o amor. A partir dali, para mim começou uma grande reflexão sobre a existência. Tanta correria, tantos compromissos, tanto trabalho, estaria eu dando valor às coisas mais importantes?
A vida já havia me proporcionado outros momentos de reflexões sobre a existência e o bem viver. No entanto, percebi que a gente acaba esquecendo e se acostumando a viver no “piloto automático” sem se dar conta que a vida passa e talvez não estejamos aproveitando-a intensamente. Passaram alguns dias, daquele fatídico 13 de Maio, e fui para um congresso aprender um pouco mais sobre Psicologia. Mas, mal sabia eu que iria aprender muito mais sobre a vida.
Dentre os inúmeros palestrantes, entrou para proferir sua fala o Dr. Mário Sérgio Cortella: filósofo, educador... E em um dado momento ele citou um escritor britânico do século XIX, chamado Disraelli: “A vida é muito curta para ser pequena”. Tal citação somou-se ao fato ocorrido, da morte prematura da minha querida amiga, e como uma bomba aquela frase caiu em minha mente, fazendo uma revolução em meus pensamentos.
Comecei a pensar nas coisas que estava fazendo, de maneira automática e com pouca consciência. No pouco valor que estava dando ao que faz a nossa vida ter mais sentido: Família, amigos, trabalho, relacionamento afetivo, espiritualidade, etc. Percebi que o automatismo em que normalmente vivemos, serve para nos aliviar em relação à ideia da morte e da finitude, mas não nos ajuda a fazer da vida algo maior, algo que depois de algum tempo, ao olhamos para trás, sentimos orgulho e satisfação por termos vivido.
Pense em como está sua vida... Perceba se você, quando faz uma refeição, aproveita realmente os sabores de cada alimento ou está mais interessado em acabar logo para sair correndo novamente. Veja se quando está conversando com um amigo, que há muito tempo vocês não se encontram, se o olhar para o relógio ou o pensar em outra coisa enquanto ele fala são coisas comuns. Nós estamos, na maioria das vezes, vivendo outro tempo que não o presente. Estamos pensando nas coisas que estão por vir (futuro) ou remoendo aquelas que já se passaram (passado), mas raramente vivemos o agora, que é o único tempo que nos pertence.
Certa feita, eu estava assistindo a um documentário sobre a vida do Oscar Niemeyer, que acabara de celebrar o seu centenário de vida. O grande arquiteto Niemeyer soltou a seguinte frase: “A vida é um sopro!”, o entrevistador ironizou tal frase “Mas Dr. Oscar, este sopro já dura cem anos”, ao que ele sabiamente respondeu: “Mesmo assim a vida é um sopro...”. Acredito que o tempo é algo muito relativo, o que pode fazer com que o nosso tempo seja melhor apreciado é a consciência dos nossos atos, das nossas escolhas, tentando sempre fazer da nossa vida que já é muito curta, uma existência grande... Grande não em descobrir a cura de uma grave doença ou se tornar alguém poderoso... Mas grande em fazer do simples algo formidável. Viva a vida com sabedoria, com a consciência de quem sabe que a cada momento temos a oportunidade de fazer algo único!
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Texto escrito e enviado ao Diário da Autoestima pelo psicólogo Dr. Weslley Nazareth
Obrigada, Dr. Weslley!
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