Autoestima em alta

Atendo uma paciente que acho fascinante sua autoestima. Ela é jovem, bonita e inteligente. Tem um quadro de oscilações de humor onde predomina uma ansiedade e, em momentos de crises, delírios e cismas. É uma paciente fácil de tratar pois adere ao tratamento e tem insight (o que nem todo paciente tem). Há muito tempo que ela encontra-se estável e marca as consultas para fazer apenas a manutenção. São nessas consultas que ela me conta sobre os encontros e desencontros amorosos. Ela nunca foi promíscua e  nem hipersexualizada. É uma jovem normal. Mas são em seus relatos que fico admirada com sua autoestima. Ela não é convencida e nem arrogante, mas tem uma autoestima que deveria ser exemplo para milhares de mulheres.

Como toda mulher, essa paciente já decepcionou-se com más escolhas, mas nem por isso ficou se lamentando pelos cantos. Ela sempre segue em frente e com a esperança de que algo melhor aparecerá. Ela consegue, desde o início, perceber quando a relação vai se tornar destrutiva e logo coloca um ponto final. Sou testemunha de que ela não foi impulsiva nos términos e não é do tipo que não tolera defeitos. 

Algumas caraterísticas que percebo nessa paciente que acredito ser fundamental para uma boa autoestima:

• Sabe o que busca num relacionamento.
• Evita envolver-se rapidamente. Espera para conhecer primeiro o "candidato".
• Não permite desrespeito e muito menos violência.
• Não fica vivendo de passado ou ruminando suas frustrações.
• Vive a perda, mas segue em frente.
• Não se faz de vítima e nem fica culpando o outro pelo fracasso do relacionamento.
• Reconhece sinais destrutivos de uma relação patológica.
• Não fica em relacionamentos ioiôs.
• Cuida-se e busca realizar seus objetivos.
• Não permite que façam pouco de seus objetivos.
• Sabe se valorizar e busca um homem que enxergue seu valor.
• Não muda seu jeito de ser para manter uma relação.
• Não se anula para agradar o outro.
• Vive um dia de cada vez.
• Sabe que um relacionamento tem que ser construído pelos dois envolvidos e não só por uma parte.

Ela não é do tipo que lê livros de autoajuda e depois tenta por em prática as dicas. Ela é assim, prática.

Por mais frustrante que seja um término de relacionamento, temos que analisar a nossa contribuição para o fim deste relacionamento. Devemos aprender com nossos erros e não viver no passado por algo que já passou. É fácil falar, eu sei. Ainda me pego pensando em situações do passado. É preciso sempre vigiarmos nossos pensamentos e tentarmos, com toda força, superar nossas decepções. 

Na parte de relacionamentos eu acho que grande parte dos homens são bem mais práticos que nós mulheres. Acredito que romantizamos muito nossos relacionamentos e criamos grandes expectativas que quando não cumpridas, alimentamos nossas lamentações. 

Que tal cuidarmos da nossa autoestima?

Com autoestima em alta pode ter certeza que faremos melhores escolhas.

Abraços

Mariza Matheus